[Resenha] Esconda-se

em 26 novembro 2013

 Livro: Esconda-se
Autora: Lisa Gardner
Editora: Novo Conceito

Sinopse:
“Uma mulher que foi obrigada a fugir — desde criança— de uma possível ameaça. Uma ameaça que seu pai via em todo lugar, mas que a polícia nunca considerou. Um antigo e desativado sanatório para doentes mentais que pode ter muito mais a esconder entre suas paredes do que homens e mulheres entorpecidos por remédios. Uma história de rancor entre membros de uma mesma família que nunca conseguiram superar os episódios de violência doméstica que presenciaram. 
Um pingente que foi parar em mãos erradas — e a cena de um crime brutal: seis meninas mortas e mumificadas há mais de trinta anos. Agora, cabe à famosa detetive D.D. Warren descobrir quem foi o serial killer que cometeu esta atrocidade e que motivação infame deformou sua mente. Acompanhe D.D. Warren na solução de mais este complexo caso e encontre o inimaginável que está por trás de pessoas aparentemente comuns!”

Segundo volume da série de livros já publicados pela autora Lisa Gardner, "Esconda-se" foi o terceiro publicado pela editora Novo Conceito no Brasil, ou seja, aqui os livros estão sendo lançados fora da ordem, anteriores a esse já tivemos ‘Viva para contar’ livro quatro na ordem original e ‘sangue na neve’ livro cinco na ordem original.
Em ‘Esconda-se’ acompanhamos a investigação de um caso terrível e intrigante, seis corpos de crianças são encontrados, mumificados dentro de sacos plásticos em uma câmara subterrânea, localizada nos terrenos de um antigo hospital psiquiátrico. 

"Sacos. Seis sacos plásticos. Plástico caro. Ele recuou. Nada foi dito. Sentiu a boca se abrindo, mas nada estava acontecendo, não saiu nada. Ele apenas ficou olhando. E olhando e olhando, porque uma coisa daquelas não podia existir, uma coisa daquelas não podia ser. Sua mente viu aquilo, rejeitou e então viu a imagem e lutou contra ela mais uma vez. Ele não podia... Isso não podia..."

Ao mesmo tempo, temos a história de Annabelle Granger, ela e seus pais passaram a vida toda fugindo de uma ameaça que seu pai dizia se abater sobre sua família. Eles mudavam de nome a cada cidade que passavam e Annabelle passou sua infância e adolescência sendo treinada com todo tipo de aula de defesa pessoal, lutas e lições dadas pelo próprio pai, sem nunca entender o real motivo de toda essa vida de fuga e preocupação.

"Até hoje, não sei em quantas cidades moramos. Ou quantos nomes eu tive. Minha infância se tornou um borrão de novos rostos, novas cidades e as mesmas malas de sempre."

A história começa a se desenvolver a partir do momento que a câmara com os corpos das crianças é encontrada e uma das vítimas carregava um colar com o nome de Annabelle. Acontece que ela não é a garota que está morta com o colar e sim uma amiga de infância pra quem ela deu de presente o colar a 25 anos atrás.
E é aí que as tramas se cruzam e Annabelle se liga de vez com essa investigação. Ela sempre achou que seu pai era paranoico, pois passaram anos fugindo e nada de errado acontecia com eles, ela nunca via motivo para as inúmeras mudanças; porém, quando se deparou com esse fato, seu mundo desabou;  então seu pai realmente tinha um motivo pra fugir? Sua amiga morreu por estar com seu colar e ter alguma ligação com ela?
Como se não bastasse, Annabelle fica sabendo de um crime anterior a esse em que o assassino também usou uma câmara subterrânea para esconder sua vítima, e as coincidências não param por aí, a menina sequestrada na época, que felizmente se salvou, é muito parecida com ela. Os crimes estão ligados de alguma maneira? Agora que a Câmara com sua amiga de infância foi descoberta e os fatos fora reavivados, Annabelle ainda corre perigo?

"É a isso que a vida se resume, no final? Meninas pequenas forçadas a escolher entre uma vida passada fugindo das sombras ou uma morte prematura sozinha no escuro? Que tipo de monstro fazia esse tipo de coisa?..."

O livro é narrado em primeira e terceira pessoa.  Temos a narração de Annabelle – em primeira pessoa, e em terceira pessoa, acompanhamos o detetive Bobby Dodge e a detetive D.D Warren.
Bobby, ex-atirador de elite, após problemas em um caso que marcou sua carreira vai para o ramo da investigação, está a dois dias de serviço como detetive de homicídios quando recebe uma ligação da então, recém promovida, sargento detetive D.D para se juntar a ela na investigação desse caso.
Quando Annabelle é a narradora, ela vai nos contando tudo o que passou nesses anos de fuga e como agora, já adulta, está encarando o mundo sozinha, pois seu pai e sua mãe já faleceram. Quando o narrador acompanha os detetives, ficamos por dentro de todo o processo de captação de informações e pistas sobre o caso, também participamos das reuniões e entrevistas com possíveis suspeitos.
O fato dos livros serem publicados fora de ordem aqui no Brasil, não compromete a leitura, pois cada livro trata de um caso a ser desvendado e a autora procura sempre dar um feedback de acontecimentos que julga ser importante para não nos perdemos durante o desenrolar da história; mas como nesse caso, ‘voltamos no tempo’ e do livro cinco retrocedemos ao livro dois, em algumas partes me senti incomodada pois, em vez de ver a evolução dos personagens como acontece em uma série, acabamos nos deparando com acontecimentos que já foram superados nos próximos livros.
Apesar de ter me incomodado e de achar que a editora deveria ter publicado a série na ordem cronológica, deixo claro, como disse anteriormente, que isso não faz com que o livro se torne menos interessante de ler, pelo contrário, a escrita da autora continua envolvente e é incrível acompanhar a narrativa e o desenrolar dos fatos, com suas reviravoltas e cenas de tirar o fôlego.


**** Resenha escrita  para o blog por nossa colaboradora especial de thrillers e policiais Vivi Belon ****

Nenhum comentário:

Postar um comentário



Topo