[Resenha] Zac e Mia

Livro: Zac e Mia

Autora: A.J. Betts
Editora: Novo Conceito

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Sinopse:

"A última pessoa que Zac esperava encontrar em seu quarto de hospital era uma garota como Mia - bonita, irritante, mal-humorada e com um gosto musical duvidoso.No mundo real, ele nunca poderia ser amigo de uma pessoa como ela.Mas no hospital as regras são diferentes. Uma batida na parede do seu quarto se transforma em uma amizade surpreendente.Será que Mia precisa de Zac? Será que Zac precisa de Mia? Será que eles precisam tanto um do outro?Contada sob a perspectiva de ambos, Zac e Mia é a história tocante de dois adolescentes comuns em circunstâncias extraordinárias."

Geralmente evito ler livros do gênero Sick-lit, onde o enredo trata de personagens com doenças terminais, pois é um tipo leitura que acaba me deixando um pouco triste e para baixo. Porém assim que ouvi falar sobre Zac e Mia me bateu aquela vontade de apostar em sua leitura, mesmo que fosse sofrer um pouco com ela.
Zac tem dezessete anos, sofre de leucemia e se encontra internado em um hospital se recuperando de um transplante de medula óssea.
O garoto passa os dias e noites apenas na companhia de sua mãe e está acostumado a ter como vizinhos de quarto idosos tranquilos, até que um dia uma garota de sua idade é internada e chama a sua atenção.
Mia chega ao hospital revoltava com a sua doença, briga com a mãe, se recusa a comer e ouve mil vezes a mesma música de Lady Gaga no último volume.
Após não aguentar mais ouvir aquele som, Zac resolve se comunicar com ela batendo na parede que divide os dois quartos e a partir daí os dois começam a construir uma amizade.

“Um novato chega ao quarto ao lado. Desse lado da parede escuto o arrastar de pés, inseguros sobre onde ficar. Escuto Nina dando as instruções de chegada com aquele jeito animado de aeromoça, como se este "voo" fosse seguir tranquilo, sem necessidade de puxar a alavanca da saída de emergência”.

De um lado da história conhecemos um menino otimista que passa as madrugadas buscando matérias e estatísticas sobre a doença no google e acredita em sorte, mesmo quando se está trancado em um quarto de hospital a meses. Do outro lado temos uma menina que não aceita sua doença, que finge estar tendo uma vida normal no facebook e que se desespera com a possibilidade de perder os cabelos e não poder participar da tão sonhada festa de formatura.
Dois adolescentes que apesar de estarem passando por situações tão semelhantes, a enxergam de uma maneira completamente oposta e fazem o leitor refletir bastante durante toda a leitura.
Personagens que infelizmente possuem histórias que podem ser enxergadas como reais por pessoas que enfrentam ou já enfrentaram esta doença.

"Como perder três quilos em uma semana? Eu poderia contar para elas como perder três quilos em um dia. Pontas duplas - elas estão de brincadeira? E quem se importa com espinhas? Quando seu couro cabeludo coça como o meu, sua perna pulsa sem parar e a comida ainda faz você querer cuspir, você para de ver espinhas que não estão ali. Você para de pensar que chamar alguém de "magra" é um elogio".

Apesar do tema forte e dramático a narrativa em primeira pessoa tem um desenvolvimento bem leve, delicado e descontraído que me encantou facilmente. 

Com Zac e Mia a autora quis mostrar que é possível fazer um livro com esse tema que não seja triste e nem depressivo.
O romance obviamente também está presente na história, porém ele não é o foco central e aparece apenas em segundo com algumas cenas bem fofas.

O bacana mesmo é ver o crescimento dos personagens ao longo da história e como aos trancos e barrancos eles conseguem encontrar uma maneira de enfrentar de forma madura e esperançosa o drama que estão vivendo.

Para quem assim como eu tem um certo receio de ler livros com essa temática, relaxe e leia sem medo de morrer de chorar.